segunda-feira, 7 de maio de 2018

Eu? Feminina?

A minha mãe era forte como o céu em dias de tempestade! E eu sou apenas uma menina! Mas ela sempre dizia: Fé Menina! Eu? Feminina? Ela, minha mãe, costurava as palavras como fazia com seus retalhos de tecido. Era devota de Maria. Maria! Maria! Maria! Chamava as mulheres lá da vila, todas de Maria. Ô Dona Maria da Graça, como é que vai a Senhora? Dona Maria da Luz, ilumina nossos caminhos! Maria Inês, só nas letras e nos estudos!? Dona Maria dos Passos, Maria, Maria! Todas as mulheres eram Marias! Oh meu Pai! O que é que eu fui lembrar! O Senhor é convosco, bendita sua voz entre as mulheres costureiras! Não é que o homem ordenou uma nova costura? O bendito fruto do ventre do país! Santa Maria mãe Deus, eu to é pagando os meus pecados. Amém! Amém! AMEM! Ah, Maria... se vocês não fossem as Marias da minha vida, não sei se amaria tanto. E agora vamos trabalhar, costurar tudo e qualquer coisa! Costurar até o tal do bendito é o fruto.

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