domingo, 17 de julho de 2016

Relação com texto

Uma série de acontecimentos da minha vida cotidiana relacionadas à atividade teatral me direcionaram ao seguinte fragmento de texto que alinha-se e traduz-se em nosso processo de criação atual e usual. Cheguei à ele num momento clímax que reunia vários dos expoentes do teatro curitibano, dos quais a maioria eu desconhecia, mas conhecia alguns essenciais e tomei conhecimento de outros especiais. Era uma exposição sobre Cleon Jacques. Conheci sua história aquela noite e me aproximei de sua humanidade pela leitura dramática de um texto de Edson Bueno que, com sensibilidade e genialidade, nos permitiu conhecer a beleza da existência de Cleon. Estamos conhecendo bem o poder da escrita certeira e tenra de Edson, o dramaturgo de Pelas Mãos de Maria ou as Vozes de Simone. Um dos quadros gráficos que ilustrava alguns dos trabalhos de Cleon expunha a página de um caderno seu, qual continha o fichamento de um texto chamado "Em Busca de um Teatro Pobre". Suas anotações me chamaram a atenção, o que me fez buscar esse texto, qual estou me deleitando nesse momento. E o entrecruzamento de todos esses fatos me fez querer compartilhá-lo:


“A força das grandes obras reside no seu efeito catalítico: abrem portas para nós, colocam em movimento a maquinária da nossa auto-suficiência. Meu encontro com o texto lembra o meu encontro com o ator, e o dele comigo. Para o ator e o diretor, o texto do autor é uma espécie de bisturi que nos possibilita uma abertura, uma autotranscendência, ou seja, encontrar o que está escondido dentro de nós e realizar o ato de encontrar os outros: em outras palavras, transcender nossa solidão.” Grotowski

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